terça-feira, 20 de julho de 2010

São João da Pesqueira '10


Para uma vila com cerca de 2000 habitantes uma invasão de 10 Tunas é uma revolução. Numa Terra tão bonita, conhecida pelo bom vinho (aprovado!) e pela gastronomia (igualmente aprovado!), passaram-se 3 dias de sonho para qualquer Tuna.
A viagem, cheia de curvas, compensou as dificuldades do trajecto com o património natural daquela região, as paisagens eram fabulosas. As Tunas no autocarro foram tornando as horas em 'minutos' com as músicas e as gargalhadas, sendo, ao mesmo tempo, uma viagem pela história da música, em que se cantou desde Tonicha até Chavedouro.
Chegamos, finalmente, ao destino, descarregamos as malas todas(que, como sempre, eram muito mais que as necessárias) e invadiu-se o parque de campismo para começar a montar o estaminé. As montagens ficaram pela metade porque éramos as primeiras e o jantar já esperava por nós. A cantina, vestida de negro, encheu-se de música, brindes, bom vinho, boa comida e boas tunas e começou-se a preparar o espectáculo. Depois dejantar, decorámos também as ruas de negro e fomos em desfile até ao palco principal. Íamos passando pelas pessoas, que nos recebiam sempre com o sorriso rasgado enquanto os nossos bombos e pandeiretas ecoavam por entre as suas casas. A chegada ao recinto foi uma Festa, tanto para as tunas como para os habitantes, que nos receberam com aplausos e algum alívio de quem já esperava há tanto tempo por nós.
Apesar de não haver grande tempo para ensaios, teve de se compor o palco para que os porta-estandarte e pandeiretas das Tunas pudessem actuar e, logo a seguir, entrou o Grupo de Fados de Engenharia. Seguiu-se a Tuna Feminina de Enfermagem do Porto \o/ A actuação teve de tudo: micros a desligarem a meio da actuação, pandeiretas a tropeçar no fotógrafo, a Catita em pânico com uma vaca negra (borboleta da noite)...mas tudo isso foi insignificante à beira da nossa energia e alegria e dos aplausos (que não eram muitos, mas eram calorosos) dos nossos espectadores. A rasgar entrou a TDUP, que actuou logo depois de nós, animando ainda mais as senhoras que estavam presentes. Seguiu-se a actuação da K'Rica Tuna, onde encontramos uma menina que era um autêntico clone de um dos nossos elementos. E ficaram-se por aí as actuações das Tunas na Sexta-feira porque a seguir vinham os TV5. Tocaram de tudo, desde música pimba até metallica, e a nossa Tuna nao saiu de lá até acabar (só mesmo para beber!). Dançamos a noite toda e até os habitantes vinham para o meio das Tunas, contagiados pela nossa energia aparentemente inesgotável.

A nossa Tuna não pára de dançar e impressionar com as nossas magnificas coreografias. Até os senhores dos TV5 dançaram e partilharam momentos musicais connosco, o que nos deu direito a uma bola! Da mesma forma, chamaram a palco as várias Tunas para cantar com eles e vieram para o nosso lado cantar também.
Foi, portanto, uma noite cheia de animação, que terminou com o churrasco oferecido pela organização, onde pudemos beber e comer à vontade para reabastecer, porque a noite ainda não ficava por ali! Ainda fizemos a viagem de regresso para o parque de campismo para destrajar e conviver. As Levadas da Broca, que ainda nao tinham nada montado, juntaram-se a nós no nosso cantinho e montaram ali o seu acampamento. E que bem acompanhadas ficamos! :)
O dia de Sábado começou cedinho porque o calor não nos deixou dormir até muito tarde e a piscina esperava por nós! Passamos então a manha toda na piscina do parque de campismo a aproveitar o Sol de uma forma bem mais agradável. Não há nada como tentar ganhar uma corzinha e dar uns mergulhos, afinal estamos de férias.
Depois de uma manha de Pool Party fomos almoçar uma bela de uma Feijoada e, em seguida, fomos para a tão aguardada prova de vinhos. Foi uma confusão musical e tunante, em que num pequeno cubículo todas as Tunas cantavam, tocavam e bebiam como se não houvesse amanhã, mas só porque o vinho era realmente muito bom.
E porque estar em Tuna e ser Tuna envolve todos aqueles momentos repletos de sentimentos de união de quem sabe o que é viver as coisas desta forma tão intensa, naqueles lugares que nunca visitamos e que prometemos sempre voltar um dia, há que tirar muitas fotografias para mais tarde recordar. Mesmo que a meio das sessões de fotos levemos com bolas de futebol na cabeça. Também conta para encher o baú! E depois do vinho e das fotografias o sol ainda estava bem quente e a piscina à nossa espera. A tarde acaba tarde quando o calor insiste em ficar. E assim ficamos na piscina, num verdadeiro espírito de férias, entre conversas e segredos de meninas nas toalhas e 'natação sincronizada' e explosões de alegria na água (mesmo que a truta não seja um verdadeiro peixe e não fique tempos infinitos debaixo de água como seria de esperar!). E ficaríamos até ao pôr do sol...a questão é que o Senhor Valentim (o grande organizador que nunca nos deixou faltar nada) não nos deixa passar fome por muito tempo e, mesmo que ainda houvesse calor suficiente, as senhoras da cantina já estavam prontinhas para nos receber com aquela simpatia genuína e um bocadinho do 'amor de mae' que caracteriza sempre as 'senhoras da cantina'. Mas estas eram ainda mais especiais, faziam comida à parte e tudo para quem não gostasse do que havia, eram só miminhos para as meninas das Tunas, o que é que poderíamos querer mais?
Depois do jantar fomos ver a orquestra com o coro dos meninos que tão bem cantavam e, a seguir, ainda veio o mimo que juntou meninas das Levadas da Broca e da TFEnfP em cima do palco para fazer as suas coreografias.
E depois do mimo sair e levar com ele as crianças que estavam penduradas ao lado do palco,
começaram as actuações das restantes Tunas: Tuna Feminina de Arquitectura, Levadas da Broca, Tun'obebes, Tônatuna, Meninas e Senhoras da Beira, Tuna Ts. Estava lá a população em peso, desde os mais pequeninos aos mais graúdos, e todos adoraram as Tunas. As actuações foram animadissimas e nós estivemos sempre na fila da frente a fazer a festa toda, porque afinal o que nós queremos é Festa! Muita dança, coreografias, cerveja, vinho e as caipirinhas do Roberto, que foi sempre um querido para nós. Tás no nosso coração 'guia'!!
E pela noite dentro a Tuna não pára. Fomos para o parque de campismo fazer grande reunião no meio das tendas e pelo caminho falamos com muitos senhores e senhoras que até cantaram connosco. Fizemos uma serenata aos senhores bombeiros, cantamos músicas e inventamos letras até que finalmente chegamos. E para quê? Para trabalhar. Porque afinal é de madrugada e na brincadeira que se acabam músicas. E assim se fez um novo final para o Talismã! E depois do grande final há que continuar a festejar. E assim foi até de manhãzinha para quem aguentou. O importante era que nos pudéssemos despedir devidamente de São João da Pesqueira, que tão bem nos recebeu. E custou muito o momento de desmontar as tendas às 10h, não pelo cansaço mas pela vontade de ficar pelo menos mais uma semana. É que mesmo antes de ir embora ainda tivemos direito a um delicioso pequeno-almoço, com compota e tudo, para nos dar forças para a viagem de regresso a casa, que é sempre a que custa mais.

Foram dias fantásticos e em tão boa companhia, especialmente pelo facto de estarmos todas juntas. Gostamos de estar em Tuna porque, além de Tuna, somos um grupo de amigas e não há palavras para descrever todos os momentos que passamos juntas. No meio de notas e melodias ficam os desenhos por entre linhas das histórias que só nós podemos contar. Os trilhos que vamos percorrendo, com o bater do coração cada vez mais acelerado e as vozes cada vez mais gastas, fazem com que estejamos sempre de mãos dadas, num nó que não se desfaz. As promessas fazem-se sem assinatura nem contrato e valem ainda mais! Cruzamos os dedos para que corra tudo bem, as borboletas giram em todas as barrigas na mesma trajectória e o foco aponta de forma igualmente intensa para todas, enquanto os relógios biológicos se desregulam em uníssono, tal como as nossas cantorias. Porque ser Tuna é isto, é ter muitos corações apertados por uma causa e muita vontade, muitos braços a remar para levar o barco a bom porto. E se é preciso gostar, nós amamos!

Porque o que nós queremos é cá ficar, porque esta Tuna estamos a amar.
Obrigada por tudo São João da Pesqueira, obrigada à organização, que esteve perfeita, obrigada às restantes Tunas e esperamos estar lá outra vez para o ano! E o que há mais para dizer?

NADA DESTA BIDA!
Tá beeeeeeeemmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!
Mas quem será o pai da criança?


Anita no Laranjal